CIRURGIA PÓS-BARIÁTRICA

A possibilidade de grandes perdas de peso após uma dieta rigorosa ou de uma cirurgia bariátrica acompanha-se pelo temor do quanto de pele vai “sobrar.

Um grande número de pacientes obesos procura hoje consultório de um cirurgião plástico, antes mesmo da decisão pela cirurgia de redução de peso, querendo se preparar para o “inevitável estrago”. O que muitos pacientes desconhecem é que um acompanhamento seriado durante o processo de emagrecimento pode, se não impedir a cirurgia plástica, ao menos reduzir o seu porte, diminuir a sua extensão e ainda ganhar em resultado final.

As áreas mais atingidas pela flacidez de pele pós emagrecimento são o abdome, mamas, braços e coxas. A face e pescoço ficam comprometidos moderadamente e isto não acontece em todos os casos. Um trabalho direcionado à melhora da firmeza da pele e manutenção do tônus muscular faz com que à medida em que o emagrecimento aconteça, seja possível manter o contorno de braços, pernas e mesmo da face e pescoço, sem uma grande flacidez residual. As mamas e abdome poderão ter sensíveis melhoras estéticas com a cirurgia plástica. Um planejamento cuidadoso permite que a cirurgia seja realizada de forma segura e com mínimo desconforto e restrição pós-operatória.

Com a melhora da condição de saúde geral obtida pelo emagrecimento, os riscos decorrentes da cirurgia são muito diminuídos e a qualidade de vida torna-se evidentemente melhor.

 

Por que há sobra de pele após o emagrecimento?

A nossa pele é constituída em grande parte por fibras de uma proteína chamada colágeno, responsável pela firmeza da mesma. É o colágeno existente na pele que não deixa a pele “rasgar” quando nós nos movimentamos, fazemos força, etc…Esta proteína é composta de fibras em espiral como a que vemos em cadernos escolares. Quando submetida a tensões, esta espiral estica acomodando-se ao novo volume, da mesma forma que uma roupa de lycra se estica ao ser vestida. Dentro de um determinado limite, ao ser retirada a tensão, o colágeno é capaz de se encurtar sozinho. Quando o estiramento for muito grande, mesmo que haja um encurtamento, ele não será completo, pois houve um dano da fibra. Uma atividade física regular, suave, que melhore a circulação sanguínea dos tecidos, uma boa nutrição e complementos vitamínicos são extremamente importantes para que o organismo seja capaz de recuperar estas fibras lesadas e produzir novas, reduzindo gradualmente a flacidez. Aquilo que realmente não puder ser recuperado ainda conta com o constante aperfeiçoamento das técnicas utilizadas nas cirurgias plásticas, remodelando o contorno corporal para que o prazer da conquista de uma saúde melhor não seja ofuscado por uma queixa estética.